quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


conte-me algo que eu acredite
sinto dizer mas você não conseguirá
não importa
vamos correr
nossos braços estão pendurados ao lado de nossos corpos
mas eu não preciso pegar na sua mão
o que é que te faz sentir vivo?
saúde é uma questão de opinião
o que sobra desses futuros incertos
senão o agora?
tudo é excessivamente volátil
vamos conversar fiado
e esquecer os nossos desejos
já estivemos lá
e ambos sabemos que não tem graça
a vida não é um filme de besteirol americano
que o hoje seja lembrado como uma história engraçada
mas esqueça os romances
quem ainda acredita no amor?
agora é nossa vez
de lembrar que existimos por nós mesmos
e nada nos fará parar
nessa ilusão de que estamos correndo pra algum lugar
quando damos passos dançantes para o lado
e que isso não seja motivo de preocupação
a idade já não é mais um problema
esqueçamos de tudo agora
fechemos nossos olhos
e ouçamos essa música juntos.



"Teach me how to feel
And how to scream and recreate
If I could swarm in the victorious
I’m blowing to the wind"
[ funeral suits]


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Não é uma música triste
é um ritmo levemente animado
de pretensões abandonadas
de sonhos que se obrigavam ao desejo
mas que parecem ter ficado de lado.
Deixemos os discursos catastróficos
vamos dançar ao ritmo da música
meus pés não ficam parados
e desejo tua boca na minha
enquanto esquecemos tudo o que um dia passou.
Quero viver um romance de jardim de infância
vamos andar de mãos dadas
e dar beijos que escandalizarão as pessoas ao redor.
Deixe-me imaginar
correndo e rindo em campos floridos
como naqueles clipes felizes da tv
e seu cabelo esvoaçante se encontra com o meu.
Menina, deixa eu ser tua namorada
e vamos ter oito anos de novo.


"You're going to find it hard to cope with living on your own now
Uh oh! Uh oh!
Let's make this happen, girl
You gonna show the world that something good can work
And it can work for you"
(two door cinema club)



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

How can you still look her in the eyes
and say it has always been her?
How can you look me in the eyes
and say what we lived wasn't a lie?
You can beg her
You can even pretend you cried
and you still wouldn't need that
'cause she'll forgive you
and take you back.
But I'll always remember
all the lies you told me
all the excuses you gave me
all the times you were sticking your fucking dick in both of us
I'll remember all that
and know you have never deserved me
or any of my love.
And if I couldn't love you more
it was because you didn't let me
'Cause we all know
you're incapable of love.

You might say I'm being overly dramatic
You can say I'm trying to cope with this self-pity speech
It doesn't matter
'cause there's certain things I need to get out of my chest
while I can't punch yours.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Esse é pra você ler mesmo.


Sobre um câncer.

Você só compreende mesmo o que é uma personalidade perversa até conhecer uma de perto. Tudo que você lê nos livros, aprende nas aulas de psicologia ganham sentido real quando você convive. E não tô falando de filhadaputagem não, não tô falando de gente que faz merda, porque isso tem a rodo. Digo perverso não como adjetivo, mas como estrutura de personalidade. Toda manipulação, mentiras, aquela forma que o perverso tem de seduzir e fazer com que as pessoas ignorem erros, não percebam pequenos detalhes que depois – talvez, algum dia – acabam por ser descobertos e demonstram a grande manobra que fazem. Os sentimentos das pessoas são irrelevantes, as pessoas que dizem amar são todas "substituíveis" (sic), os amigos são apenas pessoas ao redor, não têm valor, afinal, "melhor sozinho que mal acompanhado" (sic). Como se seu eu se bastasse. Narcisismo sem tamanho. No fim das contas, as pessoas são objetos a se manusear a fim de satisfazer o próprio ego, aquilo que chega a confirmar com todas as letras quando diz que o mundo gira em torno de si mesmo. É de um egocentrismo inominável. Aquela história da incapacidade de amar, da ausência de sentimentos afetuosos, da falta de sentimento de culpa ou vergonha pelas atitudes que tem, aquele jeito de fazer com que o outro se sinta culpado para poder se safar das atitudes que forja, tudo isso... Pode ter sido ingenuidade, mas reconhecer um perverso depois que se está no meio da sua rede de manipulação, depois que já se tornou massa de manobra de seus desejos vis, não é algo fácil pra quem nunca esteve nessa posição. Bom, do que foi, sobra algum aprendizado. Raiva? Por incrível que pareça deveria estar sentindo mais, mas eu tenho pena, pena da infelicidade de uma pessoa que vive assim, que vive de enganar e no fim das contas engana a si mesmo quando finge estar satisfeito com a vida que tem. Pena das pessoas que engana e que caem uma e tantas vezes repetidamente no mesmo enredo que se cria, deixando-se enganar pelo discurso aparentemente tão sincero de um eu frágil. Mas por trás desse circo todo, se esconde o olhar de um infeliz.
Um câncer, que não me pertence mais.