quinta-feira, 28 de março de 2013


Do indizível ao impensável

uma dor sem nome
um choro sem lágrima
a dúvida corrói
se cria sem ter tido permissão
sem ter tido espaço qualquer
teimosa
confunde
põe em balança o que não tem pra se pesar
o que não tem peso nem medida
e se instaura sem querer buscar respostas
pois se sabe que nã há
entre o contentamento incompleto
e o descontentamento corriqueiro
entre a estabilidade da satisfação imperfeita
e a instabilidade de emoções vacilantes
e de repente vejo-me cogitar
a suspensão das possibilidades vindouras
em prol de um estacionamento no que está ao alcance
confuso demais
o que é tão difícil
que leva a cogitar algo que nem em pensamento
havia me permitido até então?
foge da angústia
pois ainda és frágil
és faltosa
és criança
no afã de se agarrar ao que te acalenta
no prazer icomensurável que esses momentos
são capazes de despertar
na completude momentânea
e instantânea
descartável
até que o dia amanheça
e tudo se esvai novamente
sem poeiras
e sem lembranças.


___________________
engraçado
como os inconscientes se falam
mesmo distantes
e os pensamentos se tocam
concomitantemente
exatamente agora.

segunda-feira, 25 de março de 2013


uma divagação mal formulada

o sonho não se desfaz
ele se faz novamente
se faz diferente
e a cada frustração
se cria um novo percurso
pela necessidade de criação
de uma possibilidade diferente
de um desejo diferente
o que era ambição
cai por terra
e te força a se levantar novamente
e andar por outros caminhos
e desejar novos desejos
ansiar novos anseios

é pena
pena que é tão raro
e cada um vive um tempo diferente
uma ordem diferente
e nada se conecta
nada se junta
e nada se cria

por ora

mas um dia há de se criar
há de se estar no mesmo momento
ao mesmo tempo

infantilidade pensar em peças de quebra-cabeça
mas ainda é esse meu devaneio

que pena

domingo, 17 de março de 2013


Mimimis de um coração sem dono

me arrisco
em aventuras mais que incertas
na verdade
certas demais
certas do fim 
em pleno descompasso
e as palavras ébrias
falam mais alto
e perco o controle
controle de tudo
controle de mim
controle da razão
e tudo se perde
se esvai
como se nunca ali estivesse 
memórias se perdem
sentidos se perdem
e tudo vira um emaranhado
de lembranças desconexas
que não se tocam
que desejam 
visceralmente
ser esquecidas
pois não faz diferença
pensar se valeu a pena
já foi
e não volta
não como era pra voltar





e quando eu penso que o que tinha pra sair
já saiu 
é quando as imagens
trazem de volta
memórias que não têm mais lugar
e tudo volta 
a doer novamente
e o sentido do escrito todo
se perde
e não se acha mais
e acaba
sem término.

domingo, 10 de março de 2013




preciso do torpor agora
que só você pode me dar
numa mescla de vício
e autodestrução
que faz esquecer
porque ninguém vai mudar o que está feito
a decisão foi minha
e não faz sentido destituí-la
apenas mais uma insignificância
que um dia mal será lembrada
pois não valerá a pena que o seja
e dias bons como aquele
voltarão novamente
e nada perturbar-me-á
até que eu tenha que voltar pra casa
e é este o momento 
em que o sonho se desfaz
mas se for pra viver por dias randômicos como aquele
é assim que vai ser
e buscar-los-ei a cada olhar 
naquele sentimento que fazia tempo
que não me despertava a alma
mas 
ao mesmo tempo
me fazia esquecer 
que era só por hoje.


é é com aquele samba canção
que ele esqueceu aqui
que irei vestir
estes sentimentos que me tomam agora.

sexta-feira, 8 de março de 2013


stop
all that you're doing
'cause it's all wrong
you're all wrong
stop deceiving me
'cause i'll keep believing in you
keep believing in your lies
in your moves
in your sweet drunken words
stop all that
and let me rest
by myself
________________________________

or suffer. 
and, no, you do not deserve a picture.