terça-feira, 11 de junho de 2013




Há pedaços de mim por todos os lugares
migalhas de amor
transformadas em lembranças turvas
de beijos sem gosto
de rostos sem expressão
Vão deixando uma marca vazia
de tudo que poderia ser e não é
não por falta de potencialidade
mas por falta de tempo 
e disponibilidade
Tudo se transforma num furacão
de coisas que são minhas
e sempre foram
No caos do narcisismo que tenta compreender
que tenta dar sentido às coisas
coisas essas que esse inconsciente não quer ouvir
O passado passa a não fazer sentido algum
e o presente talvez menos ainda
Uma nuvem nebulosa
ambulante
Nem as músicas motivacionais
- ou aquelas bravas demais - 
que antes cantava com tanta raiva e/ou convicção
não se fazem ouvir mais
Pois essa tosse não deixa
eu gritar alto como antes
Sussurro o apelo a mim mesma
para ouvir o que eu tanto tenho a dizer
E de ouvidos tampados sigo
a cada segunda-feira
sem olhar para trás
Mas convicta de que um dia serei eu finalmente
e não aquela que sempre sonhei ser
mas aquela que ainda está por vir.



Ou são as esperanças 
ou aquela imagem enquanto eu dirigia
quando tudo se esvaiu
e eu fiquei
finalmente
tranquila.

Dá medo quando certas fantasias passam pela cabeça.


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