domingo, 19 de maio de 2013

Não é um poema.

Não existe entremeio, e é quando você chega em casa, tira os brincos, senta na cama, ouve aquela música e se põe a lembrar... é quando você percebe a falta de rumo. E as músicas que eram pra ser randômicas não o são. E tudo vira um emaranhado de coisas, pensamentos e pessoas, saudades, lembranças e memórias do que ainda não foi, do que já foi, e do que devia ter ido. Não existe reciprocidade. E quando se acha o carinho, já é o bastante, em detrimento dos dizeres dos outros. É bastante triste se bastar com isso, mas é difícil achar algo além. É se bastar com pouco ou não se bastar de forma alguma. E quanto mais escrevo, mais ridículo isso parece, mas não o sinto dessa forma. O buraco não vai embora, podem ser três, dez ou vinte, não valem um terço do que simulam. Não são capazes de sustentar nada. E não adianta carinha triste no final, não atenua teu descompromisso. E teu descompromisso não é comigo, é com a vida mesmo, que vocês escolhem viver. Aquela vida que eu não quero. E aquele sonho que um dia foi tão próximo, fica muito distante. Aquele dia do gramado, aquele mesmo... a vista não alcança mais. Lamentação do caralho né, mas é isso mesmo. Droga nenhuma amortece a falta, ela  faz esquecer, ou aprofunda mais, mas o entorpecimento alivia, mesmo quando não é agradável. E não tem fim. Poderia continuar chorando pitangas sem pausa mas me detenho, pois tem de existir alguma crença, alguma perspectiva. Não a vejo agora, mas existe um sentimento - que não é muito inteligível - de que estou bem do jeito que estou, e que isto é só mais uma lamentação de uma histérica insatisfeita, que deveria se sentir satisfeita, por algum motivo, mesmo sem conhecê-lo ainda. Foda-se. É hora de dormir. Ou de beber mais.

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