quarta-feira, 11 de setembro de 2013




não são palavras, apenas alguns movimentos
dessas coisas que nos esquecemos facilmente
quando estamos com os pés no chão.
criam-se memórias falsas
discursos nunca ditos
sexos nunca feitos.
mas lembro-me bem quando nos aventuáravamos em passeios de carro
quando eu fuçava em suas coisas no porta-luvas
entre latas e cigarros, papeis e imagens de santos
você ria-se de mim, zombando meus defeitos
enquanto eu te olhava ironicamente, com uma feição boba de reprovação.
na banalidade do que estava extinto,
ou do que era forjado,
mas na dúvida constante
do que é realidade 
do que é fantasia
do que é desejo
do que não vai se realizar.
às vezes as palavras aparecem
mas não devem ser ditas
no jogo que não se pretende jogar
nos sonhos que se jogam fora mas não se vão embora.
talvez apenas descompassados
ou talvez uma pausa na busca constante
um descanso, pras coisas perderem seu peso,
do que se diz tão vulgarmente como sonho distante
mas que é tão visceral
e necessário nessa cabeça velha.
a questão é que não existem finais felizes
porque os finais nunca se acabam
nunca se esgotam
e nem sempre são felizes mesmo.


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