domingo, 17 de março de 2013


Mimimis de um coração sem dono

me arrisco
em aventuras mais que incertas
na verdade
certas demais
certas do fim 
em pleno descompasso
e as palavras ébrias
falam mais alto
e perco o controle
controle de tudo
controle de mim
controle da razão
e tudo se perde
se esvai
como se nunca ali estivesse 
memórias se perdem
sentidos se perdem
e tudo vira um emaranhado
de lembranças desconexas
que não se tocam
que desejam 
visceralmente
ser esquecidas
pois não faz diferença
pensar se valeu a pena
já foi
e não volta
não como era pra voltar





e quando eu penso que o que tinha pra sair
já saiu 
é quando as imagens
trazem de volta
memórias que não têm mais lugar
e tudo volta 
a doer novamente
e o sentido do escrito todo
se perde
e não se acha mais
e acaba
sem término.

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